O objetivo principal da disciplina é a discussão de questões importantes relacionadas à família, às relações de gênero e de gerações e como as transformações sociodemográficas vêm afetando as mesmas. Os conteúdos privilegiados serão abordados em dois níveis. No primeiro, colocar-se-ão em foco questões conceituais a respeito da família, tomada como instituição social e grupo social concreto, de uma perspectiva ?interdisciplinar?, ou seja, enfatizando-se o diálogo ou as tensões entre formulações oriundas da sociologia e a demografia. E serão discutidas mudanças nas estruturas familiares e nos padrões de sucessão das gerações, decorrentes de transformações demográficas, socioeconômicas, políticas e institucionais no último século, associadas ao fim da "padronização industrial" da família, à conversão do capitalismo de industrial em financeiro, à profunda reestruturação produtiva e ao forte recuo do Estado, em termos de sua interferência nas formas de regulação da vida social. A ênfase na mudança social em tempos mais recentes e suas implicações, não implica desconsiderar tendências de largo curso. No segundo nível, serão abordados, em plano micro-social ou em plano intermediário (meso), os impactos combinados (contraditórios ou compensatórios) da queda da fecundidade e da mortalidade infantil, do aumento da longevidade e de alterações nos modos de exercer a sexualidade, de casar e de criar e socializar filhos, que vêm redefinindo as relações internas e externas da família, salientando seus significados sociológicos para a constituição de uma sociedade nova. Isto vem cobrando mudança de perspectivas de análise ou da agenda de estudos sobre esses múltiplos modos de organizar o cotidiano, que terminam por alterar as formas e significados das relações de aliança (do casamento, em sentido amplo, incluindo coabitação) e das relações de geração (envolvendo os sistemas de parentesco e as relações parentais), entre outros aspectos.
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