As promessas e esperanças associadas a uma governança global mais democrática, que haviam sido anunciadas com o final da Guerra Fria, foram rapidamente desiludidas no limiar do século XXI. No cenário pós-11 de setembro, o unilateralismo e o crescente militarismo reduziram a força dos princípios ao princípio da força. O multilateralismo econômico e a liberalização do comércio não produziram os resultados imaginados em termos de desenvolvimento social e econômico, tanto no Norte quanto no Sul. A problemática construção da nova ordem mundial não evitou, assim, as armadilhas de uma governança global contra o Estado e de uma ordem política despolitizada, privilegiando de modo quase exclusivo a regulação do sistema internacional pelos princípios de mercado em detrimento de urgências ambientais e de demandas de justiça social e de reconhecimento.
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